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Clara Padilha

O que o dentista do esporte NÃO É


Bom dia pessoal, estou percebendo muito mais gente escrevendo sobre e entendendo melhor sobre a nossa especialidade e as suas contribuições com a carreira de um atleta, seja ele amador ou profissional.

Maaaas, ainda existe bastante espaço para conversarmos sobre o perfil profissional deste especialista, o que se espera dele e principalmente o que NÃO se espera ou o que não é obrigatório.

E é sobre isso a conversa de hoje:

Primeiramente... Dentistas do esporte não são, ou pelo menos não devem ser, TORCEDORES.

Muito menos daquele tipo fanático, sabe?

Isso vale para qualquer profissional de saúde esportiva, na verdade.

Sim, gostamos de esporte, acompanhamos as competições, entendemos as regras, nos emocionamos com a superação que nossos atletas demonstram, mas confundir nosso trabalho com torcida fica complicado, pois nossa visão objetiva fica prejudicada e nos faz valorizar atos como se fossemos torcedores.

Veja bem, um torcedor espera (e com razão) que o atleta de o seu melhor, que divida jogadas, que dispute bolas mesmo que isso o coloque em risco de lesões mais sérias (na verdade ele não percebe que este é um risco muitas vezes, pois também está focado no resultado).

Em casos extremos, dentistas se recusam a atender pacientes que são atletas do time adversário (e esta é a mente de um torcedor, não de um profissional da saúde), e não é o perfil que se espera do especialista.

Segundamente... Dentistas do Esporte não são obrigatoriamente: ATLETAS

É claro que ajuda se o profissional é atleta, ajuda a entender a mente de um atleta, as prioridades dele, e isso obviamente vai transparecer em nossa conduta profissional.

Porém, o fato de que você é ou foi atleta não te torna apto a atender atletas pois toda essa experiência não equivale ao real treinamento e aprendizado obtido em uma especialização desta área. E portanto esta não é uma obrigatoriedade.

E por último, dentistas do esporte não são profissionais que fazem apenas PROTETORES BUCAIS

Eles ainda representam a "porta de entrada" de um atleta no consultório, com certeza! Eles são uma responsabilidade do dentista do esporte e devem ser confeccionados com excelência, mais certeza ainda! Mas certamente não são a nossa única responsabilidade e um dentista que apenas foi treinado para confeccionar esses protetores não pode dizer que pratica "Odontologia do Esporte" em sua totalidade, lembrando que hoje no Brasil anunciar especialidade que não se tem, é crime.

Consideramos protetores bucais a ponta do iceberg, dentro do vasto mundo da Odontologia do Esporte, que devem ser estudados e confeccionados com cuidado, mas não nos representam em sua totalidade.

E isso já é um início de uma discussão para que entendamos o que o dentista do esporte NÃO É.

E assim começamos mais uma semana, grande abraço!

Clara Padilha


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