O Dr. Samuel Thacher não sabia nada sobre Odontologia do Esporte até uns 10 anos atrás, quando um paciente dele, em sua clínica privada perguntou se ele era o dentista da equipe San Francisco Giants.
Intrigado, ele encontrou o dentista da equipe existente: o Dr. Les Plack. Plack tornou-se seu amigo e mentor. Mais tarde, Thacher assumiu o cargo em 2012, depois de participar do seu primeiro Simpósio de Odontologia Esportiva em 2010.
Hoje, seu bem mais precioso é um anel de campeonato de beisebol (2014).
Thacher diz que seu trabalho é "mais chato do que aqueles outros caras" - se referindo aos dentistas que trabalham com jogadores de futebol, basquete e hóquei. As lesões dentárias relacionadas ao beisebol são raras, pois não há muito contato violento envolvendo cabeça e pescoço. Além disso, durante os momentos ocasionais em que os jogadores não podem confiar em sinais não-verbais, eles não querem que um protetor bucal interfira com gritos, se necessário, diz ele.

O problema dental mais comum relacionado com baseball vem do tabaco de mascar. Thacher descobriu que as estrias brancas no lábio interno que resultam desse hábito ocorrem em uma percentagem muito maior de jogadores de beisebol em comparação com a população em geral, apesar dos esforços da Major League Baseball para reduzir o uso do tabaco.

Os treinadores da equipe dos Giants - são o ponto de contato de Thacher com a equipe. A liga exige que os dentistas da equipe estejam de plantão para jogos em casa e realizem exames pré-temporada, com o auxílio de dentistas baseados no Arizona durante o treinamento da primavera. Thacher só teve duas instâncias de traumatismo relacionado com esportes de emergência em seus cinco anos com os Giants.
A maior parte da sua interação com a equipe, portanto, é para situações dentárias de rotina, como exames e problemas relacionados à dor. Ele vê não apenas os jogadores, treinadores e funcionários da equipe, mas também suas famílias, já que muitos jogadores trazem membros da família para eles na área da Baía de São Francisco durante a temporada de baseball.
Uma das experiências mais memoráveis de Thacher como dentista de equipe veio em 2014 no dia em que os Giants ganharam a competição. Um dos lançadores iniciais entrou em seu escritório com um dente lascado, depois de ter aberto um saco de sementes de girassol com os dentes. Após 15 minutos que ele havia saído de seu consultório, a notícia de seu procedimento odontológico já havia preenchido toda a mídia social.
Mais tarde naquela noite, quando o lançador correu para o campo, bloqueando Travis Ishikawa de chegar ao home plate depois de um home run, a explicação era que ele ainda estava "meio grogue" depois da sua visita dentária matutina.
Como alguém que amava o baseball desde que jogou quando criança, Thacher diz que seu papel não é sobre ser "o dentista das estrelas". O que ele gosta é "falar sobre beisebol com os caras, um a um."
Ele mantém uma bola wiffle e o bastão de beisebol em seu consultório. Em primeiro lugar, ele diz: "Sou fã!".
O que vocês acham? A visão do Dr. Thacher está um pouco limitada em relação ao que ele pode fazer por seus jogadores? Eu tive essa impressão, vocês não?

Também achei interessante a experiência dele com jogadores midiáticos que mostra como os profissionais da saúde que trabalham com esporte estão sujeitos a essas situações e a responsabilidade que vem junto com ela, pois nossos procedimentos, nossa fala e nossa diagnóstico estão sujeitos a má interpretação, comentários maldosos e não entendimento por parte da torcida e jornalistas esportivos, infelizmente, e ainda existe muito espaço para que possamos discutir isso entre nossos colegas e a sobre a melhor maneira de lidar com isso.
Até semana que vem! Com o Dr. David Meng, do San Francisco 49ers.

Clara Padilha