Leia o artigo original aqui: ARTIGO ORIGINAL
A mudança de pressão atmosférica pode levar a modificações em cavidades corpóreas que sejam preenchidas com ar. No caso de episódios de dor de dente relacionadas a diferença de pressão são chamadas de barodontalgia. Para ser considerado barodontalgia, esse dente não deve ter apresentado dor antes.
Barotrauma são injúrias nos dentes e restaurações induzidas por essa diferença de pressão também.

Alguns profissionais que trabalham em situações com diferença de pressão:
- mergulhadores (profissionais, bombeiros, policiais, militares, atletas, zoólogos, oceanógrafos)
- montanhistas
- mineiros
- construtores de túneis (tuneleiro/engenheiros/operadores de máquinas)
- pilotos e tripulação aérea
- paraquedistas/parapentista
- ? (Lembra de mais algum?)
Porém, o processo fisiopatológico ainda não está completamente elucidado.
Este artigo, de autores suíços, avaliou 520 sujeitos que se submetiam a diferença de pressão, sendo destes, 499 mergulhadores profissionais, para relacionar os sintomas dentários e orofaciais que ocorrem como resultado dessa diferença barométrica. Eles conseguiram essas informações por meio da aplicação de questionários.
O artigo inicia explicando a Lei de Boyle-Mariotte (geralmente citada somente como Lei de Boyle) que enuncia que a pressão absoluta e o volume de uma certa quantidade de gás confinado são inversamente proporcionais se a temperatura permanece constante em um sistema fechado (como numa seringa com êmbolo).
15% dos entrevistados relataram ter experenciado problemas dentários como dor (10,2%), fraturas de restauração, coroas e perda de fragmentos dentários (6,3%) com ou sem dor.
11,3% relataram problemas na ATM e irritações mucosas relacionadas ao dispositivo bucal utilizado para a respiração.
Muitos autores assumem que essas injúrias dentárias e orofaciais ocorrem concomitantemente a restaurações defeituosas e lesões periapicais, periodontais, infecções, infiltrações e cistos.
A dor é relatada como severa, pontual, aguda e aparece geralmente na subida (em caso de mergulhadores), em algumas situações afetando a atividade em si. O artigo explica que pode acontecer inclusive em dentes com tratamento endodôntico.
O gás utilizado na respiração não influenciou na prevalência de dor dentária.
Os autores concluem (e entregam na tabela 4) que para estes pacientes dentistas devem fazer recomendações específicas e também sugere o tempo de recuperação após procedimentos odontológicos, que impediriam o atleta de mergulhar. Finalizam o artigo enfatizando a necessidade de consultas regulares para prevenir o barotrauma ao substituir as restaurações de amálgama por exemplo, por restaurações que permitem maior adesão.
Importante salientar que a maioria destes profissionais que sofrem de alergias ou de resfriados constantes têm o seu próprio remédio para tratar de seus sintomas. Contudo, cada medicamento é indicado para sintomas específicos, têm efeitos colaterais e somente trata os sintomas e não a causa.
Por hoje é isso pessoal, semana que vem temos um novo artigo por aqui!

beijos, Clara