A Odontologia do Esporte é uma área que integra a atenção multidisciplinar em prol da saúde do atleta, seja amador ou profissional, em competição ou não.
Além dos cuidados de prevenção e manejo da saúde bucal como um todo, o uso de protetores bucais representa o destaque da área, embora o atleta precise de atenção especial em outros aspectos.
Os episódios de doping são conhecidos no mundo inteiro, como casos em que o atleta (principalmente de elite), faz uso de alguma substância para melhorar seu desempenho e adquirir certa vantagem.
Os cirurgiões-dentistas, assim como toda equipe responsável por este atleta, devem estar atentos à administração e à prescrição de medicamentos para que não corra o risco de resultado positivo no controle de doping.
Anualmente, a WADA (World Anti-Doping Agency) divulga uma lista de substâncias proibidas que fica disponível no site (https://www.wada-ama.org/). Esta lista inclui substâncias cujas características promovem maior rendimento para o atleta, podendo apresentar risco à saúde, sendo contrárias ao espírito esportivo.
Quando o profissional da saúde necessita prescrever um medicamento que possui em sua composição alguma substância restrita, deve-se contatar o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ou a respectiva Confederação, através do formulário de Autorização de Uso Terapêutico (AUT).
Em 2009, a ANVISA publicou uma resolução para estabelecer algumas mudanças nas bulas. Entre essas mudanças está o tamanho da letra, “bula para os pacientes” - onde há perguntas e respostas sobre o medicamento, idade mínima para o consumo e alerta de doping. Este alerta serve para chamar a atenção dos atletas quanto à potencialidade do medicamento ser considerado doping, de acordo com as normas do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Portanto, o cirurgião-dentista deve estar atento às regras e às normas as quais seu paciente está sujeito. Uma prescrição medicamentosa por parte desse profissional pode gerar consequências irreversíveis para a vida de um atleta.
Fica a dica: o Cirurgião-Dentista tem um papel que vai muito além dos protetores bucais e deve atuar de forma multidisciplinar para promover a saúde do atleta.
Referências:
COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO. Uso de medicamentos no esporte. Www.Cob.Org.Br, p. 1–57, 2003.
COSTA, S. D. S. et al. Farmacologia e falso doping em odontologia. v. 14, p. 31–40, 2015.
Links importantes:
http://portal.anvisa.gov.br
http://www.abcd.gov.br/AUT/65-autorizacao-de-uso-terapeutico
Este artigo faz parte da coleção "Meninas da Odt do Esporte - 2019" . #7
Gostou do artigo? Quer sugerir algum tema? Deixe seu comentário!